26 de fevereiro de 2009

Keep Walking

Sigo o caminho da esperança, ela me leva até o horizonte

Sigo o caminho da lembrança, que me leva pelos caminhos que fui feliz

Sigo meus passos, pois não existem pegadas por esse novo caminho

Sussurro o segredo, lacrimejo o sentimento, levanto a poeira de seguir.


Sento na grama para sentir a luz da relva, pois ela me traz vida num amanhecer

Sento na mesa do bar para rir e de lá não saio antes de boas gargalhadas

Sento no banco de meio no cinema para ver a tela no ponto mais interessante.

Sustento a graça de viver em paz mesmo tendo tantos inimigos.


Sossego minha alma com mais uma bela canção, ouço como se fosse a primeira vez

Sossego da caminhada pelo sol escaldante, mas assim que baixar volto pra estrada.

Sossego o peito nestas palavras, pois nelas vão bem mais que palavras.

Sereno e distante é o horizonte pra onde vou, mas antes que o dia acabe estarei lá.


Sacio o desejo de vingança com o perdão, por mais murros na parede que tenha dado.

Sacio a sede com a água do riacho, a mais pura é sempre a mais distante.

Sacio o peito de poeira desta estrada, sem ela não seria eu e ela não seria ela.

Silencio, a solidão o traz, mas nem sempre vem com tristeza


Sigo um alvo lá distante, não impossível e muito menos sem valor.

Sigo por ter caído, por ter me ferido, por ter chorado, sigo pelo prazer de levantar

Sigo por que parado estaria morto, mas andando continuo o mais vivo que posso

Sussurro novamente o segredo de continuar seguindo mesmo com tantos contratempos.

Escuro e Denso

Faz tempo que não escrevo, tenho enchido esse blog de musiquinhas, não que elas não sejam importantes, mas você bem sabe o propósito desta página densa e escura, talvez seja só um rascunho da minha alma, talvez seja deste escuro que alimento minhas palavras e meu apreço pela arte, densa e escura.

A arte que aprecio nos assola, nos incomoda a tentar ser diferente, são aquelas histórias de Plínio Marcus, Nelson Rodrigues que nos afronta, que nos agoniza e nos deixa a beira de um ataque de pânico, com o coração apertado e cheio de algo que nunca havíamos experimentado.

Talvez seja o que peço a essa vida, simplesmente afronta aos meus paradigmas, meus preconceitos, meus pecados, minhas feridas, sacrifico-me em passar mais uma flanela de álcool nesta ferida.

Talvez tenha tido algum proveito, de um preconceituoso desgraçado e sem a mínima expectativa de convivência para um ser multicultural e multi-étnico, isso me tornou mais empático e aprendi a aconselhar, a sentir a dor dos outros, a limpa-las como minhas.

Talvez seja desse denso e escuro breu que encontrei um dia na minha alma seja o estopim para tal mudança, aquele menino que tinha a alma densa e escura aprendeu a amar, frustrou-se e voltou a amar, nessa vida encontro minha paixão a cada esquina, a cada brisa que sopra em meu rosto.

Uso essas palavras densas e escuras para esvaziar, pois agora sai só a essência, poesia e musica.

Musica do Dia

Construção

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague

19 de fevereiro de 2009

Musica do Dia



Um dos Blues brasileiro mais fantástico que já ouvi, o som dessa mina é muito bom, muito Soul, Blues, R&B e nada mais brasileiro que uma bela cuíca.

Lenda

Céu

E tome tento
Fique esperto
Hoje não tem papo
Jogo-lhe um quebrante
Num instante
Você vira sapo
Bobeou na crença
Príncipe volta
Ao seu posto
De lenda...(2x)

Seu nome
na boca do sapo
Sua boca...(2x)

Já tá feito
Tá mandado
O seu trono tá plantado
Fica acerca de mim
Seu nome
Na boca do sapo
Sua boca na minha
O resto é boi dormindo
História errada
De carochinha
Vem!

E tome tento
Fique esperto
Hoje não tem papo
Jogo-lhe um quebrante
Num instante
Você vira sapo
Bobeou na crença
Príncipe volta
Ao seu posto
De lenda...

Seu nome
Ri na boca do sapo
Sua boca...(2x)

Já tá feito
Tá mandado
O seu trono tá plantado
Fica acerca de mim
Seu nome
Na boca do sapo
Sua boca na minha
O resto é boi dormindo
História errada
De carochinha
Vem!

18 de fevereiro de 2009

Musica do Dia - Solta o Reggae

Liberdade Pra Dentro Da Cabeça

Natiruts



Liberdade
Prá dentro da cabeça...(4x)

Quando você for embora
Não precisa me dizer
O que eu não quero jogo fora
Você pode entender...

Desigualdades que a luta
Afim de encontrar
A liberdade e a paz
Que a alma precisa ter
Oh! Baby!...

Estar com você
Na virada do sol
É compreender
Que o que há de melhor
Tá na vida
Na transformação
Da natureza
Que me traz a noção...

Na verdade
Eu não vou chorar
Eu não
Hoje sei, sei
O que a terra
Veio me ensinar
Sobre as coisas
Que vêm do coração
Prá que eu possa trazer
Prá mim e prá você...

Liberdade
Prá dentro da cabeça...(4x)

Estar com você
Na virada do sol
É compreender
Que o que há de melhor
Tá na vida
Na transformação
Da natureza
Que me traz a noção...

Na verdade
Eu não vou chorar
Eu não
Hoje sei, ser
O que a terra
Veio me ensinar
Sobre as coisas
Que vêm do coração
Prá que eu possa trazer
Prá mim e prá você...

Liberdade
Prá dentro da cabeça...(7x)

16 de fevereiro de 2009

Musica do Dia



Ontem assisti o especial João Gilberto na Cultura que foi muito bom, fiquei com essa musica na cabeça.



Segue mais uma Bossa Nova dos caras que mostraram pro mundo que nosso gingado tem técnica sim e que a qualidade musical vai muito alem.



Chega de saudade

João Gilberto

Composição: Tom Jobim

Vai minha tristeza
e diz à ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza, é só tristeza
E a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim



6 de fevereiro de 2009

Série Conhece-te a ti mesmo - Como perceber o Mundo

Por um belo tempo senti vontade de estudar psicologia, mas entre valores e vontades priorizei adm, blz, fazer o que? Rsrsrs

Mas ontem comecei a ler de novo o Livro “Heróis de Verdade” Roberto Shinyashiki, e novamente lembrei da importância de se conhecer, de entender nossas ações e mudá-las quando necessário.

Então Sinestésico/Melancólico como sou decidi dividir um pouco sobre isso, hoje segue um texto sobre nossa percepção do mundo, sem muitos detalhes que já reparou que o texto é grande.

Abraço do Rafa

Falando a mesma língua
Marcelo Ferrari


Todos percebemos o mundo através dos cinco sentidos, porém cada um de nós tem uma percepção dominante em um sentido e recessiva em outro. Analogamente, podemos dizer que algumas pessoas são destras e outras são canhotas.

Por exemplo: no casal, se a mulher é auditiva dominante e o marido visual dominante, ela se queixa dele assim: "Meu marido não me ama. Ele nunca diz que me ama". O marido não diz porque para ele (visual) não é importante dizer, mas mostrar (visualmente) que ama a esposa, levando-a a passeios, trazendo-lhe flores. Mas isto ela não percebe.

Por outro lado, o marido pode ter a mesma queixa porque ela não demonstra (visualmente) que o ama. Para o marido, não é importante que ela diga, mas que ela mostre que o ama (talvez deixando a casa mais bonita, cuidando da própria aparência ou preparando-lhe pratos novos e coloridos).

A PNL divide as dominâncias perceptivas em três: Visual, Auditiva e Sinestésica. Dominância Visual é quando a pessoa presta mais atenção as formas, as cores, as imagens. Dominância Auditiva é quando a pessoa presta mais atenção aos sons, as palavras. Dominância sinestésica é quando a pessoa presta mais atenção as sensações corporais e aos movimentos do próprio corpo.

Tomemos o seguinte diálogo entre uma esposa e seu marido:
- Eu quero ir a um lugar confortável, em que me sinta bem, e que seja delicado. - diz a esposa.
- Veja só, querida. Tive uma idéia brilhante. Ontem eu vi na revista um motel de estilo jovem, todo colorido e como espelhos na parede.

É como se falassem línguas diferentes. O foco do primeiro é totalmente diferente do foco do segundo. Contudo, isto mostra que você pode descobrir qual é o tipo de canal perceptivo dominante de qualquer pessoa apenas analisando as palavras que elas usam para se expressar.

A linguagem reflete o pensamento. Quando alguém descreve sua experiência, seleciona (subconscientemente) palavras de acordo com sua percepção dominante. Prestando atenção nos verbos e adjetivos você pode descobrir que canal perceptivo dominante de uma pessoa.

- Acho que vamos nos defrontar com um problema difícil de carregar. É hora de manter os pés bem firmes no chão e ficarmos juntos. (sinestésico)

- Preciso discutir esse negócio com você. Isto não me soa bem. Gostaria que você ouvisse minha opinião. (auditivo)

- Se você olhar com atenção a minha decisão, verá que tentei conciliar o seu ponto de vista com o meu. (visual).

Verbos e adjetivos são palavras que repousam sobre base sensorial. Por mais surpreendente que possa parecer, seus interlocutores sempre lhe dizem (a cada instante) o que estão fazendo interiormente. Por exemplo:


Verbos visuais
Ver, olhar, observar, visualizar, iluminar, fotografar mostrar, esclarecer.
Adjetivos Visuais
Claro, brilhante obscuro, luminoso, sombrio, colorido, vago, impreciso, nítido.


Verbos auditivos
Ouvir, dizer, falar, escutar, perguntar, explicar, dialogar, soar, gritar, urrar.
Adjetivos auditivos
Melodioso, harmonioso, musical, discordante.


Verbos sinestésicos
Sentir, tocar, contatar, relaxar, pressionar, gostar
adjetivos sinestésicos
Aconchegante, macio, doce, pesado, relaxado, insensível, firme, caloroso, frio.


Enfim, quando duas pessoas falam línguas diferentes e sabem disto, não há problema algum, pois podem comprar um dicionário e traduzir as palavras de um idioma para o outro. Agora, quando duas pessoas falam línguas diferentes, mas acreditam que estão falando a mesma língua, ai começa a confusão.

Ter percepções dominantes diferentes é como falar línguas diferentes. Muitos dos problemas conjugais ocorrem por desconhecimento desta lei perceptiva. Por isto, quando você se torna consciente do tipo de canal perceptivo que seu parceiro usa para se comunicar, você passa a se relacionar com ele de modo muito mais eficiente e harmonioso. É como se passasse a falar a língua dele.